Curva de Greiner
Growth

Descubra em qual fase de crescimento a sua empresa está de acordo com a Curva de Greiner

Muitas pessoas buscam o crescimento de suas empresas, mas não se atentam ao fato de que o crescimento dói. Basta se lembrar de quando você era criança ou adolescente e começou a crescer, você com certeza sentiu diferença em cada etapa desse crescimento, e tomou decisões para que ele se desse da melhor maneira possível, não é mesmo?

Com empresas não é muito diferente, o crescimento dói para os fundadores, investidores e para o time operacional. Em cada fase há uma decisão dos melhores caminhos a tomar, e é preciso ter muito bem alinhado o propósito de cada um nesse negócio para que todos remem juntos ao objetivo final.

Um adendo metafórico: A pior coisa é quando as pessoas estão na euforia e querem viajar para algum lugar. Elas decidem que vão viajar de barco pois é mais divertido. Convidam os amigos e pessoas que tenham o mesmo interesse para adentrar ao barco, todos entram e começam a remar, mas quando chegam no meio do mar quando já remaram bastante, olham para a cara um do outro e começam a se perguntar: e agora, para onde vamos? Nesse momento descobrem que um queria uma viagem de 7 dias, outro queria de 1 mês. Um tinha o sonho de ir para o Norte, e o outro para o Sul. E aí, não seria mais fácil se tivessem alinhado as expectativas antes de entrar no barco? Agora ou alguns cedem para o bem comum ou voltam nadando.

O mesmo serve para uma jornada empreendedora. Alinhe as expectativas antes de entrar no barco, senão vai ter que ceder para o bem comum ou persuadir os outros a ir pelo seu caminho, ou sempre tem a opção de voltar à estaca zero depois de muito ter remado.

Mas enfim, o papo de hoje é sobre a dor do crescimento de um negócio. Eu sempre busco alinhar a teoria à prática, e encontrei um estudo incrível de Larry Greiner, professor de gestão e organização da Universidade de Southern Califórnia, EUA, que reproduz muito a realidade de alguns negócios que tenho acesso. Então, talvez seja útil para que você também possa se antecipar aos acontecimentos do seu negócio ou do negócio em que faz parte da gestão estratégica para acelerar o crescimento.

Greiner em seus estudos, identificou o movimento de crescimento das empresas em 6 fases, no qual ficou conhecido como Curva de Greiner. Ele percebeu que as empresas passam por fases muito parecidas e inevitáveis, e que são necessárias mudanças para dar continuidade à empresa.

Vamos entender um pouco sobre essa curva de crescimento?

Primeiramente, quando iniciamos um negócio colocamos todo o nosso tempo e energia para validar uma hipótese que acreditamos. Nessa primeira etapa, o esforço dos fundadores é primordial atacando todas as frentes de uma empresa, da prospecção de clientes à execução das tarefas. Esse é o período em que Greiner chama de “Crescimento por meio da criatividade”, mas conforme a empresa vai crescendo e validando sua hipótese, é preciso mais capital financeiro e intelectual. Com isso, começa a necessidade de sistemas formais e procedimentos.

Entretanto, os fundadores estão ainda tão focados no operacional que precisam treinar pessoas para assumir suas funções, a fim de que eles fiquem desafogados para se dedicar à funções mais gerenciais. Essa é a primeira crise de crescimento do negócio, e para seguir com ele os fundadores precisam decidir se ficam no operacional e contratam um CEO ou se assumem o desafio de se desenvolver na gestão.

Decidiram? Seguimos em frente, então.

É preciso iniciar uma fase de reorganização interna e mudanças de estilo, deixando a informalidade para mapear e documentar processos. As áreas da empresa começam a ter mais clareza de suas tarefas e limites, e a organização passa a ter mais previsibilidade. Com a atuação de um gestor para direcionar o caminho da empresa, os líderes técnicos atuam mais como especialistas operacionais, porém começam a demandar mais autonomia para tomar decisões. E assim seguimos para a segunda crise: autonomia dos times operacionais para conseguirem tomar decisões que ajudem o negócio de maneira ágil sem ter que enfrentar altas burocracias.

A empresa passa por um momento de decisão estratégica, no qual os fundadores repensam seus propósitos, e se perguntam se realmente querem crescer ou não. A probabilidade de um negócio crescer sem os gestores conseguirem delegar é muito baixo, pois muitas responsabilidades ficam à cargo de poucas pessoas. Isso não é escalável. Mas se os fundadores e gestão decidirem por esse caminho do não crescimento, está tudo bem. Nem toda empresa precisa ser gigante e global. Inclusive, são as médias e pequenas empresas que dominam o cenário empresarial. É basicamente uma decisão, porém bem importante e clara para que todos saibam para onde o barquinho está indo e decidam se querem seguir remando ou se preferem buscar um outro barco. Esta é a terceira crise do negócio.

Decidiram que vão expandir? Vamos pra próxima etapa!

A operação segue crescente e já está mais organizada com seus processos e pessoas. Porém, todo o controle da empresa, que muitas vezes está centralizado nas mãos dos gestores mais experientes e acompanhamentos externos como equipe jurídica e contábil, acabam trazendo a quarta crise: da burocracia. Nesse momento, o crescimento é menos acelerado, porque a burocracia amarra a operação dificultando as tomadas rápidas de decisão, e desacelera o crescimento do negócio.

Para contrapor a crise da burocracia, a empresa precisa voltar ao estágio inicial do progresso e depois ordem, dando flexibilidade para as pessoas executarem suas demandas com autonomia e responsabilidade. Nesse sentido, reforça-se o trabalho em equipe, e uma estrutura em rede usada para recapturar a natureza da colaboração presente nos primeiros dias da empresa.

Digamos que a empresa está atingindo a maioridade quando passa por todas essas etapas e crises. Ela se consolida internamente, já sabe como funciona a operação, existem gestores autônomos e responsáveis por seus resultados e todos possuem clareza para onde estão caminhando. Depois dessa fase, os acionistas pressionam para melhores e maiores resultados, e isso só consegue ser alcançado com parcerias complementares.

É o momento do crescimento por meio de alianças. O negócio já está grande o suficiente para que comece a pensar em fusões, terceirizações e joint ventures. O crescimento interno está consolidado, agora é preciso crescer externamente, abrindo caminho para novas crises dessa fase que foi pontuada por Greiner como crise de crescimento, mas eu ouso dizer por conta própria que um dos principais desafios nesse momento é o da fusão de cultura entre os dois ecossistemas, ou melhor empresas, para que ambas juntem os barquinhos e remem para o mesmo lugar.

A Curva de Greiner é fruto de anos de estudo e pode te ajudar a prever as etapas e crises do seu negócio ou àquele em que faz parte. Quanto antes conseguirmos garantir a estrutura do negócio e inserir os sistemas formais e a gerência profissional mais rápido se dará o alicerce sólido para crescimento contínuo.

Espero que eu tenha conseguido te ajudar de alguma forma!

Você pode deixar seu feedback para eu entender se está fazendo sentido o conteúdo que apresentei por aqui? Fico aguardando a sua mensagem. Um abraço!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Iniciar conversa
Olá! Que alegria ter você por aqui. Como posso te ajudar?